11/05/2009

Flores do Deserto

No meio da aridez aridez, escassez de vida, calor escaldante durante os dias e frio letal nas noites, tempestades de vento, ainda sobrevive algo que persiste, porque simplesmente decidiu-se pela vida.

A planta não pode contrariar a si mesma, a sua essência e mudar-se para o charco. Ela nasceu para o deserto.
Nem toda aridez gera morte, algumas vezes formatam a tempera necessária.Em meio a espinhos há a seiva da vida que demonstra sua presença na flor que brota no deserto.
A beleza é sinônimo de vida, e sua resistência um convite a não desistirmos dos sonhos e projectos.

Quem aprecia a vida não fica preso às contrariedades que sofre esta flor. Pois é dos dissabores do passado que construímos a doce esperança do futuro.
Ah, se eu não tivesse vivido o que vivi, sofrido o que sofri, chorado o que chorei, não seria tão humano.
Deixaria me levar pelos meus primeiros pensamentos e quem sabe pelos meus impulsos, oferecendo o melhor de mim só a quem consegue passar o que também tem de bom.
Seria troca simplesmente e não amor. Amor de verdade surpreende e vai além das expectativas.

Dou a quem não merece, pago a quem não trabalhou, planto onde o terreno é estéril.
O paladar do sofrimento se torna saboroso quando a vida requisita passar por caminhos que já andei. Conheço cada pedra deste lugar desabitado.

Recordar as lutas, não é olhar para trás, é fazer memória. Actualizar, trazer para o presente o que já foi plasmado em minha alma.
É certo que essa flor não durará para sempre, pois ela é para o agora. Mas no amanhã, nascerá outra flor, é o ensinamento que eu precisarei para o outro tempo. Assim minha vida se torna uma colheita de belas vivências.

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