11/05/2009

Tu, meu mal, meu bem...

Disse um dia,
Que serias a luz do meu Sol,
Sossego do meu silêncio,
Placitude presente e constante
Na minha vida,
Fantasia acorrentada a um dos meus devaneios.

No princípio do nosso fim,
Deparei-me com o vil
Sorriso da tua maldade,
Vi o teu ser venenoso e atroz
Saboreei a tua salgada verdade.

Abri a caixa de Pandora,
Soltei todos os males
Do meu pequeno mundo.
Manejei o chicote
Com que hoje me açoito.
Noite e dia chorei,
Por um sonho real
Nunca mais ocorrido.

Acabou!
Esta dolorosa dor findou.
Descobri um novo
“Meu pequeno mundo”
Descobri que a vida tem um sentido,
E que um sentido
É o que nos faz ter uma vida.

Hoje, inundado de harmonia,
Relembro o teu rosto, a tua aparência.
O teu perfume ainda mora na minha respiração,
Talvez o perfume por que me apaixonei
Talvez o perfume por que chorei.
O teu ego não fugiu de mim,
O teu ego é uma imagem protectora
Que me murmura:
“Aprendeste com os erros,
Nunca mais te afundes em tal tormento”.

Não sei dizer bem de ti,
E mal nunca direi completamente.
Digo-te apenas:
Foste minha vida, depois morte,
Foste meu sorriso, depois choro.
Foste minha extinção, depois ressurreição,
Foste meu acto perdido, depois lição.
Foste tu, meu mal, meu bem.


Da autoria do meu sobrinho Cristiano Gouveia

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